Poesias Completas - - - Cruz e Sousa



CONTEXTO HISTÓRICO DO SIMBOLISMO
Simbolismo Brasileiro passou por um clima bastante ruim, que estava sendo mantido pelos adeptos do Parnasianismo e produziu obras poéticas que, criou uma serie de novas ideia que foi fundamental para a Semana de Arte Moderna. Os simbolistas tiveram que lutar contra o prestígio do grupo realista-parnasianista que, além da tradição literária inabalável até então, somava a seu favor o fato de ter sido a geração que fundou a Academia Brasileira de Letras(1896).Um ritmo que era uma completa novidade  e por esse motivo eles não encontraram um reconhecimento como era esperado no mundo poético. Pode ser considerado nos livros, ou mesmo ensinado em escolas, que o Simbolismo teve seu inicio no ano de 1893 no Brasil, ainda que antes daquela data se possam registrar várias manifestações poéticas ligadas à nova estética. 
É considerado a obra que começou o Simbolismo no Brasil Missal (poemas em prosa) e Broquéis (versos), publicados em 1893; com as quais Cruz e Sousa renovou a poética em língua portuguesa (o vocabulário, os motivos temáticos, a musicalidade, o acento rítmico, a métrica inclusive), mostrando algo completamente novo e original com um longo repertório de recursos expressivos. Os temas implantados por ele em seus textos são a morte, mistério, conflito interior e a escravidão, que mostram que ele sempre esteve preocupado em colocar sua poesia em um nível de qualidade diferente.
             O simbolismo surgiu em um na época das descobertas científicas do século XIX. Houve profundas transformações na ciência, na sociedade, na filosofia, nas artes, na medicina.
 Uma nova onda de misticismo passou sobre a Europa e  se dissipou para o resto do mundo e fez com que religiões e crenças antigas voltassem a vida. Recuperou-se o valor do símbolo, misterioso, sugestivo e assustador e esse é o motivo porque os poetas, ora se apegavam aos ritos e à mitologia católica, ora ao ocultismo,









CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SIMBOLISMO
O Simbolismo  desde o seu começo se mostrou com uma idéia que era oposta as do racionalismo e à dos parnasianos, mas ainda sim manteve o costume de usar uma forma aprimorada, e também se aproximou muito do romantismo quanto ao conteúdo.

Características básicas

Subjetivismo
O poeta simbolista procura dentro dele mesmo para achar as partes mais escuras do eu e das emoções, mostando então que o simbolista sofre uma influencia muito grande da psicanálise. O corpo então se torna uma prisão que aprisiona o nossa essência mais interior e profunda, a alma, e é o que o autor quer traze-la para a liberdade.

Irracionalismo
Contrariando às explicações “fáceis” do racionalismo reinante, os simbolistas buscaram novos desafios e passaram a explorar o desconhecido, o mundo interior humano, onde tudo é vago.

Musicalidade
Uma das características que mais se pode encontrar nas poesias dos Simbolistas, é a técnica da aliteração (repetição de fonemas e sugerem um som) e a assonância ( repetir em varias palavras as mesmas vogais tônicas).

Misticismo
Os simbolistas apresentaram uma concepção mística da vida, por não acreditar na explicação racionalista por isso que aparecem muitos vocábulos religiosos ou filosóficos presentes nos poemas.

Sensorialíssimo
Reconhecendo a força de apreensão do conjunto dos sentimentos humanos, o Simbolismo explorou imagens visuais, olfativas, táteis e auditivas.

 

O livro pode ser divido em três partes de acordo com as semelhanças entre os poemas:
Broquéis, Faróis e Últimos Sonetos.


Sendo que apenas o primeiro foi publicado em vida, os outros foram publicados por um amigo do poeta, Nestor Vítor, também poeta e crítico paranaense.

BROQUÉIS
Bastante referência a cor branca, usando para isso os elementos da natureza em que essa cor aparece: Por exemplo luar, flores, neblinas, cristais, etc.

Temas que envolvem religião e a filosofia.
Linguagem muito vaga, chegando na maioria das vezes
ao ponto de que um leitor comum não consegue compreender o poema.
Usar letras maiúsculas (inicial) para substantivos comuns, especialmente os abstratos.
 
 
FARÓIS
Nessa fase dos poemas, o poeta torna-se ainda mais filosófico usando temas ainda mais variados. O poeta aparentemente está diferente, mais triste, e as vezes desabafando através de seus poemas. Passa agora a criar poemas mais longos esteticamente, embora ainda usa o soneto. O vocabulário permanece muito difícil. A musicalidade é seu ponto alto. Nesta obra Cruz e Souza já mostra algumas coisas que seriam apresentados na Semana de Arte Moderna em 1922.



ÚLTIMOS SONETOS                         
Cruz e Sousa adquire nesse livro uma postura mais mística e transcendental só que agora é diferente porque ele mostra uma certa ansiedade de ir para uma nova dimensão, para um nirvana (que seria uma lugar onde as almas ficariam, talvez, eternamente e onde não existe dor, nem sofrimento e descriminação). Nesta fase final de sua produção, o escritor universaliza seus temas, e busca compreender a condição humana. A vida material é uma forma de prisão do espirito, então com a morte, esse espírito seria liberto e integraria-se ao todo universal. Parece já aceitar a sua dor como uma forma de purgação, e somente espera pela morte, que  para ele seria a libertação do seu sofrimento.


4 comentários:

  1. Um raio-X do poeta Cruz e Souza bem objetivo. Quem quiser conhecer o poeta através de comentários de outrem, este panorama traçado é bastante suficiente, mas nada substitui o conhecimento adquirido pessoalmente quando toda a obra é lida, pois o entendimento surge naturalmente.

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    Respostas
    1. Concordo com suas palavras, todo material extra, somado aos textos na integra, é sempre bem vindo para se obter o entendimento

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Edson