Nelson Rodrigues


Nasceu da cidade do Recife - PE, em 23/08/1912, quinto filho dos catorze de Maria Esther Falcão e Mário Rodrigues. 
Seu pai, por problemas políticos decide que vão se mudar e o destino escolhido é o Rio de Janeiro em julho de 1916. 
Nelson registrava em sua memória esse novo e estranho cenário de onde lhe vinha inspiração para seus  personagens.

Foi para a escola em 1919.E no ano seguinte, 1920, ocorreu o que se tornou uma lembrança favorita, que foi sobre a sua redação na escola, cada aluno teria que escrever uma redação e a melhor seria lida em voz alta, e a dele chamou muito a atenção era uma história de adultério onde o marido chega em casa encontra sua mulher e outro, e acaba no fim matando a mulher e se arrependendo.  Apesar do espanto a redação realmente era a melhor mas a professora não a leu em voz alta.
Depois em 1926 ele acabou sendo expulso do Colégio Batista, na Tijuca, na segunda série do ginásio, porque ele sempre contestava seus professores em especial os de Português e História.

Nelson começa sua carreira jornalística em 29/12/1925, como repórter policial, com treze anos e meio.
 Depois de uma serie de problemas no jornal, e seus parentes acabam sendo presos por causa de uma acusação, os polícias diziam que algum deles seria o responsável por um assassinato, e então ele vai morar com seus primos muito deprimido. E sua prima, não se sabe como, tirou-o da depressão, fazendo-o voltar para a redação de um novo jornal, a Crítica.E logo apos isso, seu irmão acaba sendo assassinado, sendo essa a primeira cena de violência brutal  que Nelson presenciou.E ameaçava, agora que tinha uma arma, matar a mulher que matou seu irmão.
E alguns dias depois seu pai morre por causa de uma doença. 

Em 3 de outubro de 1930, no Rio Grande do Sul, Minas e quase todo o Nordeste começa uma revolução.E Washington Luis é deposto(em 24 de outubro), e todos os jornais que eram contra os rebeldes são invadidas inclusive o jornal da família de Nelson Rodrigues. Alguns dos seus irmãos foram até presos, mas logo foram soltos. Os irmãos começam a procurar emprego. Depois de muito tempo de procura começaram a vender tudo o que tinham para poder sobreviver e constantemente mudavam de casa, porque não tinham dinheiro do aluguel das casas.
Irineu Marinho funda o jornal O Globo em 1925, mas, 21 dias depois, morre de enfarte. Roberto Marinho, filho de Irineu, era o sucessor mas achou-se muito inexperiente para comandar um jornal.E chamou um velho companheiro de seu pai, Euricles de Matos, mas, em maio de 1931 Euricles também morre e Roberto Marinho convida Mário Filho para assumir a página de esportes de O Globo. Mário aceita, desde que ele possa levar seus irmãos Nelson e Joffre.

A tosse seca e uma febre baixa persistente, foram os avisos dados a Nelson que levou sua irmã Stella, já médica, a arranjar uma consulta. O médico pediu que ele dissesse "33" e verificou sintomas de tuberculose pulmonar, o grande fantasma do ano de 1934.
Vai, então, para Campos do Jordão - SP, local recomendado para fazer tratamento. Foi a primeira de uma série de seis internações. Roberto Marinho, sabendo das dificuldades que encontrava a família de Nelson, continuou pagando seu salário diretamente para a família normalmente. Nelson passou 14 meses no Sanatórinho.

Em abril de 1936, a terrível doença atacou seu irmão Joffre, com 21 anos, que foi levado para o Sanatório em Correias - RJ. Nelson ficou a seu lado durante sete meses. No dia 16 de dezembro de 1936 Joffre faleceu.
Assim que ele retorna ao jornal, fica sabendo que contrataram um mulher para trabalhar lá também, Elza, Nelson então se aproxima de Elza, expõe sua situação financeira, e fala em casamento. Consultada sua família, não encontrou  nenhuma objeção. No dia 29 de abril de 1940, eles se casaram no civil, diante do juiz. E depois, foram comemorar.
Nelson, alugou uma casinha no Engenho Novo. E volta ao subúrbio. Compraram móveis de segunda mão e Mário, o irmão, lhe deu de presente a cama de casal e a penteadeira. Finalmente o casamento religioso se realiza, em 17 de maio,quando o autor, tinha quase 28 anos.
Após seis meses de casamento,Nelson acorda cego. Não enxergava nada. Descobriu, indo ao médico, que se tratava de uma sequela da tuberculose. Tomou muito antiinflamatório, melhorou, mas 30 por cento de sua visão estava perdida para sempre, nos dois olhos. 
E em 1941 decide escrever teatro, escreveu sua primeira peça, A mulher sem pecado. Nessa época as peças ficavam, no máximo, duas semanas em cartaz. Depois do nascimento de seu primeiro filho Joffre o autor, descobre que foi premiado com uma úlcera do duodeno e finalmente sua peça em 09 de dezembro de 1942, à cena pela "Comédia Brasileira", com direção de Rodolfo Mayer, lá ficou por duas semanas e não teve repercussão nenhuma perante o público mas alguns críticos e amigos elogiaram, e isso bastava ao autor.
Em janeiro de 1943 Nelson escreve sua segunda peça teatral: Vestido de Noiva. Zbigniew Ziembinski o grande ator e diretor leu a peça inicia a epopéia do grupo "Os Comediantes" para ensaiar a peça e 2.205 espectadores ela. 
Apesar da fama que a peça lhe deu ele continuava sendo mal pago pelo O Globo Juvenil. Em fevereiro de 1945 é convidado por David Nasser, de O Cruzeiro (jornal), para uma conversa com Freddy Chateaubriand. Que lhe ofereceu cinco contos de réis para trabalhar para ele.
Nelson foi para seu novo emprego: diretor de redação das revistas Detetive e de O Guri. 
Ele então passa a escrever episódios em um folhetim para publicar em uma página inteira de O Jornal e tinha uma ilustração de Enrico Bianco. Foram 38 capítulos que elevaram a tiragem do jornal para quase trinta mil exemplares.


Com diversos sucessos dos anos de 1946 a 1948 com a publicação de diversas obras. Os ganhos permitiram que o autor comprasse uma casa no Andaraí. Nelson tinha 36 anos e ficara livre do aluguel.Escreve Dorotéia, em 1949, e muitos consideram seu melhor trabalho teatral.
Em 08 de junho de 1953 estréia no Teatro Municipal do Rio a peça "A falecida". Chamada de "tragédia carioca" era, na verdade, uma comédia. Foi escrita em 26 dias. Nessa época Nelson mantinha um romance com Yolanda, secretária de um radialista da rádio Mayrink Veiga. Esse caso durou cinco anos e rendeu três filhos: Maria Lúcia, Sônia e Paulo César, que ele não reconheceu como seus.
Dercy Gonçalves estréia "Dorotéia" em São Paulo. Ficou um mês em cartaz. Nelson não gostava dos "cacos" que a atriz introduzia no texto.

Apresentado por sua irmã Helena, Nelson conhece Lúcia Cruz Lima, que logo passa a ser sua namorada. Só que desta vez a coisa era séria. Casada e bem casada, mãe de três filhos, ela logo se apaixona, deixa o marido e volta a viver com os pais. Ele demora dois anos para se separar de Elza.Então nasce a filha de Nelson e Lúcia, Daniela, nasceu com 1,5 quilo, e não conseguia respirar. Perdeu minutos de oxigenação no cérebro até que conseguissem fazer seus pulmões funcionarem.  Daniela passaria o primeiro ano de sua vida numa tenda de oxigênio, tinha má circulação nas pernas, chorava sem parar em virtude das dores que sentia. Devido à paralisia cerebral nunca conseguiu andar ou articular um movimento e era irreversivelmente cega.

Em 1966 o autor muda-se, a convite de Walter Clark, para a TV Globo. Em situação financeira apertada — como sempre — aceitou até aparecer como "tradutor" dos romances de Harold Robins, publicados pela Editora Guanabara. Foi uma forma de receber mais algum dinheiro. A TV Globo era a "lanterna" na preferência dos telespectadores naquela época. No programa "Noite de gala" o autor apresentava o quadro "A cabra vadia", onde entrevistava pessoas.
Nessa época é chamado por Carlos Lacerda, ocasião em que é informado da criação da Editora Nova Fronteira. Lacerda, que o malhou por tanto tempo, pediu-lhe um romance e deu-lhe um cheque de dois milhões de cruzeiros. Era algo em torno de novecentos dólares, mas para quem estava pendurado, foi ótimo. Ele escreveu "O Casamento".  Quando Lacerda leu o livro, ficou assustadíssimo  Era um carnaval de incestos e perversões às vésperas de um casamento. Vendeu-o para Alfredo Machado, da Editora Eldorado. O livro vendeu 8.000 exemplares nas primeiras duas semanas de setembro de 1966, empatando com as vendas do novo romance de Jorge Amado, "Dona Flor e seus dois maridos". A morte de seu irmão, Mário Filho, impediu por algum tempo que ele fizesse a divulgação da obra. Quando reanimou, o livro teve sua venda proibida pelo ministro da Justiça, Carlos Medeiros Silva. Sua venda foi liberada novamente em fevereiro de 1967.

 No dia 21 de fevereiro de 1967 o prédio onde seu irmão morava desabou devido às chuvas. Morreram Paulinho, a esposa, filhos e mais alguns parentes que lá se encontravam para festejar o aniversário da cunhada do escritor. Em dezembro desse mesmo ano a viúva de seu irmão Mário se suicida.

1970 marca o início dos anos duros da ditadura militar no Brasil.

 Com mais de 57 anos, ele se sentia desgastado, sem espaço — seu apartamento vivia lotado de enfermeiras por causa de sua filha, enfim, era chegada a hora de se separar de Lúcia, o que ocorreu sem traumas.

Logo em seguida vai morar com Helena Maria, que era 35 anos mais nova que ele, e que trabalhava com ele no jornal.

Nelson escreve "Anti-Nelson Rodrigues" no final de 1973. Em 1974, a peça fazia bela carreira no teatro do Serviço Nacional do Teatro. O autor faz alguns exames e é levado de imediato para São Paulo para ser operado de um aneurisma da aorta. Passou por duas operações, quase morreu, retornou ao Rio e, apesar de terminantemente proibido pelo médico, voltou a fumar. Em abril de 1977 é internado com uma arritmia ventricular grave e nova insuficiência respiratória. Elza volta para casa e voltam a viver juntos. Na verdade, já se encontravam há tempos quase todas as noites no restaurante "O bigode do meu tio", em Vila Isabel, de propriedade de Joffre.
O autor escreveu sua grande e última peça — "A Serpente" — em meados de 1979 e depois foi internado em um hospital Pró-Cardiaco.
Nelson Rodrigues faleceu na manhã do dia 21 de dezembro de 1980, um domingo. Dois meses depois, Elza cumpriu o seu pedido — de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. É só".

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Edson