Romantismo

Romantismo foi um movimento artístico, que surgiu no século XVIII na Europa e permaneceu até uma grande parte do século XIX. Possuía uma opinião contrária ao racionalismo e ao iluminismo.
Começou com pouca força, mas posteriormente o Romantismo torna um movimento. Os autores  dessa escola literária passam a focar suas obras em si mesmos, dando um enfase nos problemas humanos, como o amor, tragédias e utopias. Contrariando o século anterior (XVIII) que foi marcado pela razão e pelo Iluminismo, o século XIX seria marcado pela subjetividade,  pelos sentimentos e pelo egocentrismo.

Contexto histórico
O Romantismo começa na Europa em uma época onde havia um grande descontrole intelectual, sistemas de governo eram destruídos, as pessoas estavam cada vez menos conformadas com a sua vida social, estavam divididas entre a burguesia industrial e o surgimento da classe operária, tudo isso tendo como cenário de fundo a Revolução Francesa e a Revolução Industrial.

A burguesia ficava forte e o capitalismo se desenvolvia cada vez mais, enquanto os impérios feudais e a aristocracia estavam ficando cada vez mais fracos e pobres, terminando então o absolutismo na Europa e marcando o início da industrialização.
O ideal da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade chegou a América Latina e gerou uma série de independências nas colônias da Espanha e Portugal, os países que se tornaram independentes foram:  Paraguai, Argentina, Venezuela, Chile, Equador, Peru, México, Brasil, América Central, Bolívia e Uruguai.

Características de cada geração
O romantismo é dividido em 3 gerações:
1º geração — As características dessa geração romântica são o lirismo, o subjetivismo, nacionalismo voltado principalmente para as origens indígenas, o exagero, a busca pelo exótico e a busca pelo que não pode ser alcançado, a idealização do mundo e principalmente da mulher, causando uma depressão já que essa idealização não se tornava real causando assim desejos de fuga da realidade. A mulher era uma musa, muito desejada, entretanto, apenas desejada.
2º geração — Também conhecido como Mau do Século,nota-se o pessimismo e uma certa vontade de morrer como uma fuga dos problemas que eram enfrentados, a religiosidade e o naturalismo. A temática deles tinha como base o sonho, o devaneio, o amor platônico, a mulher era vista como uma figura inatingível, impalpável, que era vista mais em um plano espiritual do que em um plano material.
3º geração — Essa geração de poetas que se preocupavam com os problemas sociais tomam como seu símbolo o condor (ave com a capacidade de voar muito alto e também de enxergar à distância) por isso o essa geração é também chamada de Condoreirismo, que no Brasil, passa a ter interesses abolicionistas e republicanas, voltando a atenção para os escravos. A poesia lírica amorosa representa um avanço decisivo na tradição poética brasileira, pois deixa de lado o amor convencional e abstrato dos mais clássicos e também os cheios de culpas e medos dos românticos.

Os românticos libertam-se da necessidade de seguir formas reais de intuito humano, abrindo espaço para a manifestação da individualidade, muitas vezes definida por emoções e sentimentos.
Características Gerais

Subjetivismo
O romancista é pessoal quando fala seus assuntos sobre o mundo. O subjetivismo pode ser notado através do uso de verbos na primeira pessoa. É uma opinião dividida,vista por um individuo que se baseia no que seus sentidos detectam e com total liberdade de criação ele não tem medo de expor seu lado pessoal, fazendo dele seu tema.

Idealização
Com muita imaginação, o autor aborda temas com uma certa idealização, fazendo isso de uma forma um tanto exagerada, ficando dessa forma então a mulher como um ser virgem e frágil, o índio se torna o herói nacional com isso também idealizando a pátria.

Indianismo
O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau), que diz que a sociedade corrompe o homem, portanto algum que não tem contato com essa sociedade seria um homem ideal,  e nesse caso temos o índio. Com esse relato muito bem feito e detalhado falando sobre os índios, as obras podem também ser consideradas como um objeto histórico.

Sentimentalismo
Quase todos os poemas dessa escola literária, contem um sentimentalismo,o sentimento do poeta, pois afinal essa escola literária tem como base a emoção, e alguns temas comuns como a saudade, a tristeza e a desilusão. Para o romântico a realidade só pode ser expressada e sentida através dos sentimentos, podendo inclusive com meio dele mostrar o que acontece dentro de um indivíduo. Emoção acima de tudo.

Egocentrismo
Colocação do ego no centro de tudo, dando um valor maior para o eu. Vários artistas colocam, em suas obras, os seus sentimentos acima de tudo e dão um grande destaque para eles.

Interação da natureza com o eu lírico
A natureza, representa o que o eu-lírico está sentindo naquele momento. A natureza trabalha como uma  expressão do espírito do poeta.

Grotesco e sublime
Há uma mistura de elementos belos e feios.

Romantismo na Pintura
As manifestações iniciais na pintura ocorreram quando Francisco Goya passou a pintar logo após começar a ficar surdo. Goya cria um jogo de luz-e-sombra, com composição diagonais e pinceladas "grosseiras" que dão um ar muito mais dramático a aquela situação representada na pintura.
O francês Eugène Delacroix com sua tela "A Liberdade guiando o povo" reúne os ideais românticos em uma obra que se estrutura em muitas formas. Esta é provavelmente a obra romântica mais conhecida.

Romantismo na literatura
O Romantismo se nega a seguir as formas rígidas da literatura, com seus versos de métrica exata. O romance se torna o gênero narrativo preferencial, superando assim a retórica, que era muito valorizada pelos clássicos. Com um foco individual, trazendo o culto do egocentrismo, vazado de melancolia e pessimismo.
O romantismo e contrario ao avanço da modernidade e a sua intensa racionalização e mecanização. É uma crítica à perda das perspectivas que fogem àquelas correlacionadas à razão. Por parte o romantismo nos mostra como bases de vida o amor e a liberdade.

Romantismo em Portugal
Iniciou com a publicação do poema "Camões", de Almeida Garrett, em 1825.
A Primeira Geração do Romantismo em Portugal vai de 1825 a 1840. Principais autores:
Almeida Garrett;
Alexandre Herculano;
Antônio Feliciano de Castilho;
A Segunda Geração, ultra-Romântica, de 1840 a 1860:
Camilo Castelo Branco;
Soares de Passos.
A Terceira Geração, pré-Realista, de 1860 a 1870:
Júlio Dinis;
João de Deus;.

Romantismo no Brasil

No Brasil, o romantismo coincidiu com a Independência política do Brasil em 1822, com o Primeiro reinado, com a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.
Como são o tema principal dos romances brasileiros, podemos classificados-los então como indianistas, urbanos e regionalistas.
Os romances aproveitam sua oportunidade e fazem uma crítica à sociedade, representando situações comuns, como o interesse ou a ascensão social a qualquer preço, (um exemplo bem simples são as pessoas que casam por interesse) .
Os romances regionalistas devam uma visão do Brasil, mostrando a forma de vida e individualidade da população. A maioria dos autores preferiam locais bem distantes dos centros urbanos, pois o espaço onde elas viviam alterava sua condição de vida.

A primeira geração (nacionalista–indianista) era voltada para a natureza, onde se tem o herói nacional na figura do índio. O sentimentalismo e a religiosidade são características presentes.
Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre.
Sendo que Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do Romantismo no Brasil com a obras: Suspiros Poéticos e Saudades (publicado em 1836).
Entretanto Gonçalves Dias é o mais significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do exílio, I-Juca-Pirama. Araújo Porto Alegre fundou com os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense

Segunda Geração no Brasil
Entre seus principais autores estão Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire. Sendo o mais importante Álvares de Azevedo.
Principais características da segunda geração foram iguais as do resto do mundo: o profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o pessimismo, a angústia, o sofrimento amoroso, o desespero, o satanismo e a fuga da realidade.

Terceira geração no Brasil
Principais autores: Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", é o mais importante escritor dessa geração e uma obra que merece um destaque é "Navio Negreiro" Principais características: o erotismo, a mulher com virtudes e pecados, o abolicionismo e a visão ampla.

* As três gerações citadas somente são aplicadas a poesia romântica, pois a prosa no Brasil não foi classificada em gerações, e sim por estilos - indianista, urbano ou regional - o que aconteceu ao mesmo tempo.

O romantismo dura até à década de 1880, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis, em 1881 e depois ocorre a passagem para o próximo período.

Principais escritores românticos brasileiros
Gonçalves Dias: principal poeta romântico e uns dos melhores da língua portuguesa, nacionalista, autor da famosa Canção do Exílio, e da obra I-Juca-Pirama e de muitos outros poemas.
Álvares de Azevedo: o maior romântico da Segunda Geração Romântica; autor de Lira dos Vinte Anos, Noite na Taverna e Macário.
Castro Alves :grande representante da Geração Condoeira, escreveu, principalmente, poesias abolicionistas como o Navio Negreiro.
José de Alencar, principal romancista romântico. Romances urbanos: Lucíola; A Viuvinha; Cinco Minutos; Senhora. Romances regionalistas: O Gaúcho, O Sertanejo, O Tronco do Ipê. Romances históricos: A Guerra dos Mascates; As Minas de Prata. Romances indianistas: O Guarani, Iracema e o Ubirajara.
Manuel Antônio de Almeida: romancista urbano, precursor do Realismo. Obras: Memórias de um Sargento de Milícias.
Bernardo Guimarães: considerado fundador do regionalismo. Obras: A Escrava Isaura; "O Seminarista"
Machado de Assis: estilo único, dotado de fase romântica e realista. Em sua fase romântica destacam-se "A Mão e a Luva" e "Helena". Ainda em tal fase realizava análise psicológica e crítica social, mostrando-se atípico dentre os demais românticos